sexta-feira, 2 de março de 2012

Conhecendo o problema


Como disse no post anterior, Tomaz começou a apresentar algumas dificuldades no primeiro mês de vida. Para descobrirmos o que ele tinha, fomos aconselhados pela nossa pediatra a buscarmos uma gastropediatra, visto que era de ordem digestiva a dificuldade dele. Ao fazermos isso, encontramos a Dra. Margarida Antunes, que de forma primorosa tem nos ajudado e contribuído para que o pequeno Tom fique cada dia melhor.


Na primeira consulta médica, ela desconfiou que meu filhote tinha dois problemas: intolerância a lactose e um probleminha no sistema digestivo chamado Refluxo Gastroesofágico. Por conta disso, ele regurgita e vomita bastante após quase todas as refeições.


Esse não é um problema exclusivo do meu filhote. Segundo dados do site Baby Center, cerca de 50 por cento de todos os bebês apresenta algum tipo de refluxo, mas apenas em uma pequena porcentagem ele se torna um problema sério. Esse último é o caso do Tomaz, visto que exames de ultrassonografia apontaram que ele teve cinco episódios de refluxo em apenas 10 minutos.


Para tratar a intolerância, ela tirou o leite que ele usava (NAN AR) e substituiu por Neocate, que é um leite sem lactose e livre de aminoácidos. Esse leite é importado e a lata custa uma verdadeira fortuna (R$ 300,00), sendo que Tomaz usa duas latas semanalmente. O diagnóstico da intolerância se dá pela retirada do leite e, em seguida (se necessário), a reinserção do mesmo. Caso esse diagnóstico se confirme, procuraremos a doação que o governo faz através do IMIP, pois termina se tornando algo inviável alimentar um filho com ele (em posts seguintes, orientarei como conseguir esse leite, pois tenho certeza que muitas mães precisam dele e não podem comprar).


Para o segundo problema, ela medicou o meu filhote com Motilium (3x ao dia), para acelerar a digestão e minimizar as regurgitações, e Label (2x ao dia), para tratar os sintomas do refluxo (azia, etc.)


Na primeira semana percebemos que ele deu uma piorada e a incidência de vômitos foram maiores com o Neocate. A partir da segunda semana ele começou a melhorar, reduzindo,  graças a Deus, em 50% essas intercorrências.


Além do leite e das medicações, Dra. Margarida nos deu outras orientações que podem ser muito úteis:


1-  Não colocar Tomaz em bebê conforto, pois a posição comprime o estômago e favorece as regurgitações. Isso para mim foi uma novidade, pois achava que, no bebê conforto, ele ficava mais sentadinho e melhoraria.


2-  Usar sempre o Sling, que é um pano próprio para carregar bebês. Segundo ela, a posição e a proximidade da mãe acalmam a criança dentro dele. Realmente, isso tem acontecido.


3-      Banhar Tomaz numa banheirinha de ofurô (a foto é desse banho). Como as crianças com refluxo ficam agitadas pelo mal estar que ele causa, poderão ficar mais calmas dentro dessa banheira, que possui uma posição bem próxima da que ele ficava no útero materno.


4-   Manter ele mais no colo, a fim de que fica numa posição mais favorável a superação do refluxo.


5-  Não deixar ele dormir no berço sozinho, pois há perigos de engasgos. Por isso, mantê-lo na cama junto aos pais.


As duas últimas orientações preocuparam essa mãe pedagoga, que indagou à médica sobre o fato do seu filho vir a tornar-se um dengoso. Nessa hora, de forma muito sábia, Dra. Margarida me disse que as crianças que ficam dengosas são aquelas que não recebem dos pais o carinho e atenção que demandam.


Entendi tudo: se meu filho está passando por um momento difícil, darei a ele tudo o que ele necessita. No futuro, quando ele superar tudo isso, ajudo ele a se adequar aos limites do mundo e aos espaços que são dele e meus. Por enquanto, assim como na época da barriga, continuaremos grudadinhos. Acho que é isso que tem ajudado Tomaz a melhorar.

Um comentário:

  1. Excelente post e sábia médica! Meu filho sofreu com refluxo desde o primeiro mês de vida. Chorava, gritava, me desesperei, até que veio o diagnóstico. Tratou da mesma forma que você, ficou tudo bem. Agora, aos 4 anos, ele voltou, atacando o sistema respiratório. Uma nova maratona...
    Mas, sua gastro é sábia, ando desanimada de tantos bombardeios. Poxa, uma criança com refluxo corre sérios riscos e não podemos usar de tanta pedagogia e fingir não ver o quanto eles precisam da gente.
    Parabéns, sei que vai dar tudo certo para seu bebê.
    Boa sorte!

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