Como disse no post anterior,
Tomaz começou a apresentar algumas dificuldades no primeiro mês de vida. Para descobrirmos
o que ele tinha, fomos aconselhados pela nossa pediatra a buscarmos uma
gastropediatra, visto que era de ordem digestiva a dificuldade dele. Ao
fazermos isso, encontramos a Dra. Margarida Antunes, que de forma primorosa tem
nos ajudado e contribuído para que o pequeno Tom fique cada dia melhor.
Na primeira consulta médica, ela
desconfiou que meu filhote tinha dois problemas: intolerância a lactose e um
probleminha no sistema digestivo chamado Refluxo Gastroesofágico. Por conta
disso, ele regurgita e vomita bastante após quase todas as refeições.
Esse não é um problema exclusivo
do meu filhote. Segundo dados do site Baby Center, cerca de 50 por cento de
todos os bebês apresenta algum tipo de refluxo, mas apenas em uma pequena
porcentagem ele se torna um problema sério. Esse último é o caso do Tomaz,
visto que exames de ultrassonografia apontaram que ele teve cinco episódios de
refluxo em apenas 10 minutos.
Para tratar a intolerância, ela
tirou o leite que ele usava (NAN AR) e substituiu por Neocate, que é um leite
sem lactose e livre de aminoácidos. Esse leite é importado e a lata custa uma
verdadeira fortuna (R$ 300,00), sendo que Tomaz usa duas latas semanalmente. O
diagnóstico da intolerância se dá pela retirada do leite e, em seguida (se
necessário), a reinserção do mesmo. Caso esse diagnóstico se confirme,
procuraremos a doação que o governo faz através do IMIP, pois termina se
tornando algo inviável alimentar um filho com ele (em posts seguintes, orientarei como conseguir esse leite, pois tenho certeza que muitas mães
precisam dele e não podem comprar).
Para o segundo problema, ela
medicou o meu filhote com Motilium (3x ao dia), para acelerar a digestão e minimizar
as regurgitações, e Label (2x ao dia), para tratar os sintomas do refluxo (azia,
etc.)
Na primeira semana percebemos que
ele deu uma piorada e a incidência de vômitos foram maiores com o Neocate. A
partir da segunda semana ele começou a melhorar, reduzindo, graças a Deus, em 50% essas intercorrências.
Além do leite e das medicações,
Dra. Margarida nos deu outras orientações que podem ser muito úteis:
1- Não
colocar Tomaz em bebê conforto, pois a posição comprime o estômago e favorece
as regurgitações. Isso para mim foi uma novidade, pois achava que, no bebê
conforto, ele ficava mais sentadinho e melhoraria.
2- Usar
sempre o Sling, que é um pano próprio para carregar bebês. Segundo ela, a
posição e a proximidade da mãe acalmam a criança dentro dele. Realmente, isso
tem acontecido.
3- Banhar
Tomaz numa banheirinha de ofurô (a foto é desse banho). Como as crianças com refluxo ficam agitadas
pelo mal estar que ele causa, poderão ficar mais calmas dentro dessa banheira,
que possui uma posição bem próxima da que ele ficava no útero materno.
4- Manter
ele mais no colo, a fim de que fica numa posição mais favorável a superação do
refluxo.
5- Não
deixar ele dormir no berço sozinho, pois há perigos de engasgos. Por isso,
mantê-lo na cama junto aos pais.
As duas
últimas orientações preocuparam essa mãe pedagoga, que indagou à médica sobre o
fato do seu filho vir a tornar-se um dengoso. Nessa hora, de forma muito sábia,
Dra. Margarida me disse que as crianças que ficam dengosas são aquelas que não
recebem dos pais o carinho e atenção que demandam.
Entendi tudo: se meu filho está passando por um
momento difícil, darei a ele tudo o que ele necessita. No futuro, quando ele
superar tudo isso, ajudo ele a se adequar aos limites do mundo e aos espaços
que são dele e meus. Por enquanto, assim como na época da barriga,
continuaremos grudadinhos. Acho que é isso que tem ajudado Tomaz a melhorar.
Excelente post e sábia médica! Meu filho sofreu com refluxo desde o primeiro mês de vida. Chorava, gritava, me desesperei, até que veio o diagnóstico. Tratou da mesma forma que você, ficou tudo bem. Agora, aos 4 anos, ele voltou, atacando o sistema respiratório. Uma nova maratona...
ResponderExcluirMas, sua gastro é sábia, ando desanimada de tantos bombardeios. Poxa, uma criança com refluxo corre sérios riscos e não podemos usar de tanta pedagogia e fingir não ver o quanto eles precisam da gente.
Parabéns, sei que vai dar tudo certo para seu bebê.
Boa sorte!