domingo, 24 de junho de 2012

Entrevista com a Dra. Margarida Antunes


Durante esses cinco meses e meio de vida do meu pequeno/grande Tom tudo foi muito intenso: o amor, as alegrias, as conquistas e, até mesmo, os aperreios. De todas as preocupações, sem dúvidas, a maior delas foi o refluxo que acompanha meu pequeno até hoje e que é, para nós, motivo de muito cuidado e preocupação.
Regurgitar além da conta não é um privilégio do meu filho. Milhares de crianças têm esse problema, deixando pais e mães sem ter o que fazer. Para esclarecer questões relacionadas ao tema, o blog A VIAGEM DE UMA MÃE entrevistou a médica gastropediatra Margarida Antunes, que acompanha o Tomaz desde 20 dias de vida.
Sem dúvidas ela é uma peça fundamental na melhora dele, ajudando toda a família a lidar com essa dificuldade, orientando-nos, acolhendo-nos e medicando o Tomaz para que cada dia ele fique um pouco melhor.
Se comparado com o início do problema, posso dizer que ele já apresentou uma evolução de 90%. Que felicidade, não é?!
Dra. Margarida, sem dúvidas, merece nosso reconhecimento, gratidão e, sobretudo, nossa confiança.

A VIAGEM DE UMA MÃE – Por que uma criança tem refluxo?
MARGARIDA ANTUNES – Um bebê?
A VIAGEM DE UMA MÃE – Isso.
MARGARIDA ANTUNES – Faz parte do desenvolvimento ter refluxo. O refluxo em si não é uma doença. O que pode acontecer é que algumas crianças que tem refluxo podem ter comprometimentos secundários a esse fato de estar voltando a comida. Mas o crescimento, nessa faixa etária do bebê, faz com que eles precisem comer muito pra um estômago que ainda é imaturo. Isso porque eles estão crescendo muito rápido. É fase de crescimento mais rápida da vida e o estômago ainda é imaturo. Aí esse descompasso faz com que a natureza organize eles, colocando para fora o que há de excesso. Isso é uma regulação da natureza, não é uma doença.

A VIAGEM DE UMA MÃE – As crianças com alergia à proteína do leite de vaca possuem mais possibilidade de ter refluxo?
MARGARIDA ANTUNES – O refluxo é um dos sintomas que podem ser secundários a alergia à proteína do leite de vaca. É muito comum crianças pequenas, com alergia à proteína do leite de vaca, terem o refluxo como manifestação. Mas não é simplesmente o refluxo. Elas têm outros sintomas junto com o refluxo.
A VIAGEM DE UMA MÃE – No caso de Tomaz que se engasgava?
MARGARIDA ANTUNES – Esse é um sintoma que a gente precisa avaliar com cuidado. Tanto ele pode representar uma coisa muito simples, até uma coisa mais complexa. Desde uma desadaptação com o bico da mamadeira; uma dificuldade em coordenar a respiração com a deglutição, que pode levar ao engasgo; até uma pega que não está muito adequada do bico; a posição da mamada... Tudo isso precisa ser visto, porque pode dar engasgo. Por outra partida, quando o estômago da gente está doente, com alergia, por exemplo, ele fica trabalhando de uma forma mais atrapalhada, e aí você pode ter o engasgo também. A gente tem que ter muito cuidado na hora de avaliar esse engasgo. Tem que avaliar a criança como um todo.  

A VIAGEM DE UMA MÃE – Qual a previsão de idade para a criança melhorar do refluxo? Uma criança que regurgita muito, que golfa em todas as mamadas, quando melhora?
MARGARIDA ANTUNES – Geralmente é por volta do fim do primeiro ano de vida. Normalmente ela melhora muito no sexto mês, mas ainda golfa um pouquinho até o oitavo, nono mês. Isso depende muito da criança. Se for mais gulosa, demora mais tempo.

A VIAGEM DE UMA MÃE – Uma alimentação mais consistente ajuda a diminuir o refluxo?
MARGARIDA ANTUNES – Ajuda! Ajuda porque tanto ela diminui o volume de líquido que a criança toma, quanto o fato da criança ter que amassar a comida com a boca, fazer movimento mastigatório, vai fazendo com que a movimentação do esôfago se organize de forma mais madura e isso melhora o refluxo. Então essa transição para dieta sólida é importante.


Mais informações sobre o assunto podem se encontradas aqui em post anteriores como  no Conhecendo o problema, onde eu falo sobre refluxo e suas características e Tratando o refluxo, no qual o foco são ações que contribuam para melhoria e superação do problema. 


Hoje Tomaz está bem melhor. Sem dúvidas, essa informações foram fundamentais. 

Um comentário:

  1. Sem dúvidas mesmo, como você falou, essas informações foram fundamentais!!!

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